As Crônicas de Elisa - Terceiro Capítulo

15:32

Leia o capítulo anterior aqui.

Paulo: - Oi Elisa, você está melhor? Curou a ressaca?
Estava escrito apenas isso, ufa, era obvio que ele sabia do ocorrido mas preferiu ser discreto.
E agora, o que eu respondo? Já sei vou demorar duas horas para responder e fingir que não importo. Aff Elisa, para de ser patética, você diz odeia joguinhos e esta fazendo agora mesmo.
Elisa: - Oi Paulo, estou bem sim e você? ah nada que um café forte não resolve, não é mesmo?
Visualiza vai, eu preciso saber até onde você o que houve ontem a noite.
Dois risquinhos azuis, digitando.
Paulo: - Estou bem também. Ah nem fale, a bebida sagrada parar curar ressacas. E ai, o que vai fazer hoje?
Elisa: - Pretendo não fazer nada o dia todo, e se tudo dar certo meu plano vai se cumprir. E você?
Paulo: - Estou querendo ir tomar açaí e levar o Peter passear no parque, quer nos fazer companhia?
Das duas há a uma, ou ele sabia das coisas que mandei no grupo e estava com segundas intenções por saber do meu interesse por ele, ou ele simplesmente queria ter um encontro comigo sã e sóbria.
Eu não sabia o que responder. Faz seis meses que tinha saído do meu ultimo relacionamento, estava catando os caquinhos ainda, que na verdade estavam esparramados por aí fazia um tempo, comecei a namorar cedo e não havia me dado conta que nunca tinha tido de fato um relacionamento comigo apenas, nunca tinha ficado sozinha para saber quem sou de verdade e o que eu quero para mim. Eu estava procurando alguém, queria estar com alguém, mas quando alguém aparecia, eu não sentia vontade de ir em frente, como se algo me impedisse de dar os próximos passos. Mas é aquele ditado né, azar no amor, azar no jogo, sorte no azar, o que poderia acontecer de errado num passeio no domingo a tarde com o Paulo e seu cãozinho Peter?
Elisa: - Se for depois das 15h, pode ser.

Nos encontramos no parque da cidade, ele estava parado embaixo de uma sombra e o Peter pulou em mim assim que me viu, eu fiquei sem reação, pois não tinha muito contato com animais, além dos meus ex namorados.
Estava na cara que ele sabia do ocorrido e queria ser discreto, esperando que eu falasse primeiro. Como não sei fingir o que estou sentindo, fui logo falando.
Elisa: Então, ontem eu fechei a noite com chave de ouro, mandei mensagem no grupo errado, falando sobre o que aconteceu no seu carro e percebi depois que era o grupo que seus amigos estavam não foi intencional e nem tão pouco para chamar sua atenção. Sei que seus amigos já devem ter te contado então me desculpa.
Paulo: Na verdade, eles não me contaram, eu estava com o Fábio quando chegou a mensagem e ele leu para nós, mas sem saber que era você e que estava falando sobre mim. E não precisa se desculpar, eu fiquei esperando que você fosse me mandar algo e não entendi o porquê de você ficar tão nervosa por causa daquele beijo, quer dizer, nem foi um beijo de verdade. E eu sei que foi acidental.
Eu não sabia se deveria abrir o jogo e falar que estava afim dele a algum tempo, que apesar de não ser nada demais, o beijo não foi acidental, foi de proposito, apesar de saído meio torto. Não sabia que reação ele teria e se fugiria correndo com o Peter.
Mas eu sabia que já não tinha idade para ficar com joguinhos e tentando esconder sentimentos, então eu o encostei no tronco de uma arvore e o beijei. Dessa vez não foi torto, nem rápido, nem estranho. Foi um ótimo beijo. Dizem que atitudes valem mais que palavras, e eu não sabia ao certo o que dizer, mas precisava demonstrar que não foi sem querer e que eu queria ter dado aquele beijo desde o inicio.
Ele me beijou de volta, e me olhou nos olhos,  depois olhou para baixo e deu um grito
Paulo: ai meu Deus.
Elisa: Me desculpa Paulo, eu não deveria ter feito isso, só queria que você soubesse que eu queria te beijar, não foi acidental.
Paulo: Elisa, tá tudo bem, mas o Peter, eu soltei a coleira dele enquanto nos beijávamos, e não estou vendo ele em lugar nenhum. Ele deve ter corrido atrás de alguém ou de algum outro cachorro. Preciso procurar por ele.
Elisa: Nossa Paulo, eu vou com você. Vamos acha-lo.
Quatro quarteirões depois, encontramos o Peter bebendo água em um posto de gasolina. Eu estava suando e ofegante de tanto correr, ele prendeu o Peter na coleira e me ofereceu carona até em casa.
Nosso encontro acabou com um cachorro babando de tanto andar no sol, eu vermelha de tanto correr e ele o mais nervoso o possível.
Preferi não falar nada e só me despedir com um beijo no rosto.
Abri a porta do carro, e antes que pudesse batê-la para fechar, ele disse:
Paulo: Eu nunca vou esquecer o dia que fiquei rodando por vinte minutos procurando o meu cachorro, após receber um beijo tão bom que me fez esquecer onde eu estava por alguns minutos.
Eu sorri, fechei a porta e entrei em casa.
Eu não posso me apaixonar, não tenho nem roupa pra isso. Mas desse jeito, eu vou me apaixonar, eu sei que vou.



Leia Também:

3 comentários

  1. Olá,quando volta as histórias da Eliza? Me apaixonei perdidamente pela história dela,poderia ter logo mais capitulos :)

    ResponderExcluir
  2. Eu não posso me apaixonar , não tenho nem roupa pra isso rsrsrs melhor historia poderia ter uma continuidade .

    ResponderExcluir

Deixe seu Comentário ♥

Arquivo

Acompanhe no facebook